O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um grupo de alterações no desenvolvimento neurológico que pode afetar a comunicação, a interação social e/ou o comportamento da pessoa, causando dificuldade para formar frases, realizar expressões faciais ou para se comportar dentro da "norma social".
O termo autismo foi criado em 1908 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler para descrever a fuga da realidade para um mundo interior observado em pacientes esquizofrênicos. Em 1943, o psiquiatra Leo Kanner publicou a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, descrevendo 11 casos de crianças com “um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmice”.
O autismo clássico foi descrito pela primeira vez por Leo Kanner, em 1943, como “Distúrbios Autísticos do contato afetivo”. Em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria publicou a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-1, onde os diversos sintomas de autismo eram classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil.
A conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) desempenha um papel vital em várias frentes. Não só fomenta a aceitação e a inclusão das pessoas com TEA na sociedade, mas também combate o estigma e o preconceito.
Estima-se que existam aproximadamente 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. No planeta, a cada 54 pessoas, uma delas apresenta algum grau de autismo (Dados apresentados pelo Center of diseases control and prevention (CDC) da população americana).
De acordo com o jornalista Luiz Alexandre Souza Ventura, do Jornal Estadão, o resultado do Censo 2022 sobre pessoas com deficiência e Transtorno do Espectro Autista (TEA), só deve sair no último trimestre de 2024. Com isso, podemos ver mais um atraso do país em relação a dados estatísticos. (Fonte)
Número de alunos com TEA matriculados nas escolas do Brasil (Censo Escolar 2023)
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) levantou dados do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pela primeira vez em 2022. Para isso, foi sancionada, em 2019 (Lei nº 13.861), a lei que obriga o IBGE a perguntar sobre o TEA no censo populacional. Isso mostra o Brasil mais uma vez atrasado. A demora na coleta de dados sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) pelo IBGE pode ser vista como um atraso para o Brasil por várias razões, como, falta de visibilidade, atraso nas políticas públicas, atraso na alocação de recursos, impacto na pesquisa. A inclusão de perguntas sobre o TEA no Censo de 2022 é um passo importante, mas que poderia ter sido dado antes. A coleta desses dados permitirá um melhor entendimento do TEA no Brasil, o que pode levar a melhores políticas públicas e serviços para pessoas com TEA e suas famílias.
O tratamento do TEA envolve as intervenções de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores.
Os primeiros sinais de TEA geralmente são identificados nos primeiros 5 anos de vida, através de características do TEA:
As estereotipias são ações repetitivas ou ritualísticas vindas do movimento, da postura ou da fala, que podem ocorrer em situações que o indivíduo com TEA se sente bombardeado por estímulos.
A disseminação de conhecimentos sobre o TEA para a população e a educação inclusiva são essenciais para que os preconceitos sejam substituídos por empatia para com as pessoas com TEA.
O colar do girassol, formalizado pela Lei 14.624 de 17 de Julho de 2023, é utilizado para identificar pessoas com deficiências ocultas, incluindo: Surdez, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Diabetes, Asma, Limitações intelectuais e Deficiências cognitivas. O girassol simboliza a necessidade de apoio e compreensão, sinalizando que a pessoa pode precisar de assistência ou tempo adicional em diversas situações.
Criado pela comunidade autista como alternativa ao quebra-cabeça, o colar do infinito, com suas cores vibrantes, representa a diversidade dentro do espectro autista sem reforçar estigmas. O símbolo do infinito é reconhecido internacionalmente como o símbolo da neurodiversidade, um movimento que promove a aceitação e a valorização da singularidade neurológica.
O colar do quebra-cabeça, popularizado na década de 1960, busca representar a complexidade do TEA. Apesar de sua ampla difusão, ele tem sido alvo de debate na comunidade autista. Alguns o consideram um símbolo ultrapassado, que reflete uma visão limitada e estigmatizada do autismo. Outros ainda o valorizam por sua representatividade histórica e por facilitar o reconhecimento e acesso a direitos.
Além dos símbolos mencionados, existem colares com identificações diretas, como "Autista", "Mãe de Autista" e "Pai de Autista". Essas opções oferecem uma mensagem clara e visível, podendo ser utilizadas por pessoas com TEA que não se identificam com os outros símbolos ou por familiares que buscam demonstrar apoio e facilitar o acesso a direitos para seus entes queridos.
BRASIL, Lei Nº 14.624, de 17 de Julho de 2023
BRASIL, Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Simbolos do Autismo, Dicionário De Simbolos. 2020. Disponível em: https://www.dicionariodesimbolos.c om.br/simbolos-autismo/ Acesso em: 14, Maio, 2024.